quarta-feira, 27 de julho de 2011

Diferenças


           Se o normal é ser diferente, por que queremos tanto igualar as pessoas?
           Todos somos iguais perante a lei, mas isto não significa que agiremos e pensaremos todos do mesmo modo. Temos é que ter os mesmos direitos. E um desses direitos é a Educação.
           Nas escolas nem sempre são levadas em consideração as diferenças dos alunos. Oferece-se o mesmo ensino, ou seja, o mesmo recurso a todos e espera-se o mesmo resultado. Há professores que questionam: “Expliquei a todos do mesmo jeito, como o Joãozinho não entendeu?”
           Por muitos anos, acreditou-se que aquele aluno que não entendia deveria receber atendimento diferenciado, fora da sala de aula, junto com os outros que também “não entendiam”. Daí surgiram classes especiais, classes de apoio, turmas de extraclasse, entre outras. E mesmo nestas turmas, alguns aprendiam mais rápido do que outros.
          
 Quanto mais se junta os iguais, mais diferenças temos.
           Para que o direito à Educação seja garantido, é preciso levar em conta as diferenças. O ensino dado, a metodologia e recursos utilizados não podem ser o mesmo para todos os alunos. Para aquele que “não entende” é preciso criar estratégias para que o objetivo seja atingido, que é a aprendizagem.
           Muitas vezes o aluno que não aprende acaba por abandonar a escola. E os índices de evasão são altos.
          Não basta simplesmente dizer que o aluno não tem interesse em aprender, que as famílias não colaboram com a escola. É preciso refletir sobre o que a escola está oferecendo para os alunos, principalmente para aqueles que encontram dificuldades.
           Não quero dizer com isto que a culpa seja da escola. Nem é uma questão de encontrar culpados. O que quero ressaltar é que a escola deve ter como ponto de partida as capacidades e habilidades de cada um e oferecer meios para crescimento dessas habilidades e desenvolvimento de outras.
           Partindo do suposto que todos podem aprender, é preciso conhecer o aluno e oferecer os meios necessários para seu crescimento. Se as diferenças forem levadas em conta, as dificuldades de aprendizagem podem ser diminuídas.

Uma reflexão: http://youtu.be/dxYWoA2_A_Y

educação inclusiva

http://youtu.be/70EvnSfn0Tk

terça-feira, 7 de junho de 2011

Educação Inclusiva

Educação inclusiva

       Até os anos setenta do século passado, a escola seguia o modelo da Integração, ou seja, aceitava somente os alunos que tivessem condições de acompanhar os métodos de ensino e o ritmo de aprendizagem da maioria dos alunos. Considerava-se que a deficiência era um problema que estava na pessoa e, portanto, era a pessoa que precisava ser modificada (habilitada, reabilitada, educada) para tornar-se apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social (família, escola, emprego, ambiente). Quem não estivesse pronto para ingressar imediatamente na escola, precisava ser “preparado”, por uma classe especial ou Escola Especial, até ser considerado aceitável.

      A partir dos anos oitenta, esse modelo começou a ser questionado. Já nos anos noventa, estava consolidado o novo conceito proposto: o da Inclusão. Por esse modelo, a deficiência não é um problema da pessoa mas, sim, o resultado da incapacidade da sociedade em atender às necessidades dessa mesma pessoa.

     Portanto, pelo modelo da inclusão, é a sociedade (escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos etc.) que precisa se tornar capaz de acolher todas as pessoas.

     A Educação Inclusiva é o resultado de muitas discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a participação e o apoio de organizações, de pessoas com deficiência e educadores, no Brasil e no mundo. Fruto também de um contexto histórico em que se resgata a Educação como lugar do exercício da cidadania e da garantia de direitos. Isto acontece quando se preconiza, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), uma sociedade mais justa em que valores fundamentais são resgatados como a igualdade de direitos e o combate a qualquer forma de discriminação. Percebeu-se que as escolas estavam ferindo estes direitos, tendo em vista os altos índices de exclusão escolar; populações mais pobres, pessoas com deficiência, dentre outros, estavam sendo, cada vez mais, marginalizadas do processo educacional. A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência (1999) são alguns dos mais importantes documentos produzidos sobre esse assunto.



    A Educação Inclusiva vem para substituir a escola tradicional, na qual todos os alunos precisavam se adaptar ao mesmo método pedagógico e eram avaliados da mesma forma. Quem não se enquadrasse, estava fora dos padrões considerados aceitáveis e era encaminhado para a classe especial, para a escola especial ou, simplesmente, acabava desistindo de estudar.

     Na Escola Inclusiva não existem classes especiais. Ou melhor, todas as classes e todos os alunos são muito especiais para seu professor. E você sabe que isso é verdade por experiência própria. Você sabe que o Joãozinho aprende uma palavra muito melhor quando você faz um desenho no quadro. Que a Mariazinha entende mais quando você canta uma música inventada para a aula de Ciências. Que o Pedro entende melhor a tabuada quando você usa palitos de sorvete ou sementes. E por isso, muitas vezes, você passa, de classe em classe, explicando a mesma coisa de um jeito diferente para cada um deles.

     Essa é base da Educação Inclusiva: considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características diferentes que os alunos podem ter. E, sendo assim, respeitar essa diferença e encontrar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento de cada aluno.

     Apesar das leis que garantem o direito dos alunos com deficiência à educação, sabemos que 40% de todas as crianças e todos os adolescentes que estão fora da escola são meninos e meninas com deficiência.
Somente com o apoio dos professores, o Brasil poderá, de fato, oferecer uma Educação de Qualidade para Todos. E você, professor, pode começar a fazer isso agora. Não é preciso cursar uma faculdade. Basta você usar sua criatividade, seu bom senso, sua vontade de ensinar, sua experiência. E os professores especializados em alunos com deficiência e outros profissionais, como pedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais estão aí para ajudar você.

     Educação Inclusiva pressupõe que TODAS as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que apresentem ou não. Para que isso ocorra, é fundamental que as crianças com deficiência tenham o apoio de que precisam, isto é, acesso físico, equipamentos para locomoção, comunicação (tecnologia assistiva) ou outros tipos de suporte. Mas, o mais importante de tudo, é que a prática da Educação Inclusiva pressupõe que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que:

• O objetivo da Educação Inclusiva é garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade;

• Cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem. E essa diferença é respeitada numa classe inclusiva;

• Os alunos com deficiência não são problemas. A Escola Inclusiva entende esses alunos como pessoas que apresentam desafios à capacidade dos professores e das escolas para oferecer uma educação para todos, respeitando a necessidade de cada um;

• O fracasso escolar é um fracasso da escola, da comunidade e da família que não conseguem atender as necessidades dos alunos;

• Todos os alunos se beneficiam de um ensino de qualidade e a Escola Inclusiva apresenta respostas adequadas às necessidades dos alunos que apresentam desafios específicos;

• Os professores não precisam de receitas prontas. A Escola Inclusiva ajuda o professor a desenvolver habilidades e estratégias educativas adequadas às necessidades de cada aluno;

• A Escola Inclusiva e os bons professores respeitam a potencialidade e dão respostas adequadas aos desafios apresentados pelos alunos;

• É o aluno que produz o resultado educacional, ou seja, a aprendizagem. Professores atuam como facilitadores da aprendizagem dos alunos, com ajuda de outros profissionais, tais como professores especializados em alunos com deficiência, pedagogos, psicólogos e intérpretes da língua de sinais.

     Você deve ter ouvido muita gente falar que a Educação Inclusiva é uma ilusão e que ela nunca vai funcionar. Você deve ter ouvido muitos professores dizendo que uma boa classe especial ou Escola Especial é melhor para as pessoas com deficiência do que uma Escola Inclusiva ruim.

O que você pode dizer a essas pessoas é que esse é um falso dilema. As pessoas com deficiência têm direito a uma educação de qualidade e inclusiva. As duas coisas não são e não podem ser consideradas excludentes. Esse é um direito intransferível de todas as crianças e ninguém pode negar isso a elas.

terça-feira, 31 de maio de 2011

o que é ser normal?




Esta é uma pergunta que frequentemente fazemos. Ser normal é agir como todos, é fazer o que todos fazem, é cumprir com o que esperam de nós? 


Quem dita as regras da “normalidade”?


Trabalho com educação especial e a questão da normalidade é muito discutida.


Cada pessoa é diferente uma da outra, não existe no mundo duas pessoas que pensam ou agem da mesma forma. Mesmo passando pela mesma experiência, é diferente o modo como cada um percebe e assimila essa experiência.


Além de sermos diferentes uns dos outros, somos diferentes de nós mesmos a cada instante. Afinal, o que pensamos sobre um assunto hoje pode não ser o mesmo que pensávamos anos atrás e nem o que pensaremos no próximo ano. Nos modificamos a cada dia.


E são nessas diferenças que aprendemos e nos constituímos como seres únicos.


Então, o que é ser normal?



Somos normais no momento em que vivenciamos essas diferenças, respeitando as nossas limitações, assim como as do outro, e desenvolvendo nossas potencialidades, que são ilimitadas.


Logo, o normal é ser diferente!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CEIA - Centro de Capacitação em Educação Inclusiva e Acessibilidade

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O Centro de Capacitação em Educação Inclusiva e Acessibilidade (CEIA) está ligado a Unidade de Inclusão (UNI), vinculada ao Departamento de Educação Continuada e Diversidade (DECD) da Secretaria Municipal de Educação (SME).
            Atende alunos oriundos das escolas de educação infantil, das escolas de ensino fundamental e escolas comunitárias de todos os quadrantes.
            O município possui 31 escolas de educação infantil e 42 escolas de ensino fundamental e 04 escolas comunitárias.
            O CEIA constitui-se por uma equipe multiprofissional por professores da rede municipal que tem formação em nível de graduação e/ou pós-graduação, profissionais nas áreas das Pedagogias, Psicopedagogia, Psicomotricidade, Psicologia, Fonoaudiologia, Assistência Social, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Licenciaturas.
O CEIA contempla espaços para psicomotricidade, psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, pedagogias, artes, assistência social, salas temáticas e atendimento às famílias. Prevê a possibilidade de implantação de atendimentos nas áreas de estimulação precoce, terapia ocupacional, fisioterapia, tecnologia interativa, comunicação e informação acessíveis.
São atendidos periodicamente no CEIA, os alunos  avaliados e encaminhados pelas Escolas Municipais e Comunitárias através de formulário próprio. Os alunos atendidos são aqueles que possuem uma deficiência física, intelectual, sensorial (auditiva e visual) e Altas Habilidades/Superdotação conforme critérios do MEC, para atendimento no Atendimento Educacional Especializado (AEE).

HISTÓRICO DO CENTRO


Em 2003, foi implantado o atendimento aos alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem, deficiência física e sensorial matriculados na rede municipal de Canoas, em um projeto chamado ESACA (Espaço Solidário de Atenção à Criança e ao Adolescente). Inicialmente ocorreu em algumas salas da E.M.E.F. Vitória, após foi transferido para a E.M.E.F – João Palma da Silva. Em 2005, passou a funcionar no antigo prédio da E.M.E.F. Rio de Janeiro, onde mudou sua nomenclatura para CEIA – Centro de Capacitação, Educação Inclusiva e Acessibilidade - constituído juridicamente por decreto municipal n° 1243 – em 14 de dezembro de 2009 pelo prefeito Jairo Jorge da Silva.


VISÃO

Promover ações, ressignificando a eficiência de espaços públicos em relação à acessibilidade arquitetônica, atitudinal, comunicativa e metodológica.

MISSÃO

Instrumentalizar os alunos da rede Municipal de Canoas, com deficiência, para inclusão em espaços sociais, culturais, educacionais e laborativos.

VALORES

Baseados nos princípios de valorização do ser humano, dignidade, igualdade e respeito às diversidades.